Abraço pra vocês e pra quem for da sua família.
O editor
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Rodada de contusões na Vila dos Oficiais
Um jogo imprevisível, pelo menos até seu início, fechou no último sábado à tardinha o fim de semana de peladas em São Pedro da Aldeia. Repleto de rivalidade e de jogadas violentas, o jogo mais importante da rodada aconteceu no campo do CPC, na Vila dos Oficiais da Marinha Aldeense. De um lado, o time liderado pelo dono da canela mais dura dentre os jogadores, Rodrigo dá Aghora e do outro, o dono do pé mais feio de todos, Dudu Mafalda, que confessa já sentir algumas mazelas da idade. O time de Dá Aghora trazia velhos amigos peludos, Marcelo Monocelha e Diego Tomando Olé, pai de Olezinha, uma linda menina fruto de sua antiga aventura na Rua do Fogo (Fire Street). Completava o time, John Cusack, respeitado pela sua agressividade dentro dos gramados e Chuck, o brinquedo assassino. Mafalda contava com Fabinho Paroara, habitante do bucólico Campo Redondo, Edgar, o garoto em eterna fase de crescimento, Edmíssel, o padeiro mais ligeirinho de São Pedro e por fim, Juquinha, o menino do V3 pré-pago. A partida começou bem, com os dois times atacando por ambos os lados do campo e grande apetite dos homens de frente. Destaque para Monocelha, que descia pelas pontas e colocava seus companheiros de cara para o gol com belos cruzamentos. Foi dele um passe para um belo gol de Dá Aghora, de peixinho, após triangulação com o menino Olé. Ao final da partida, Marcelo admitiu que não jogava bem assim desde seu desentendimento com um antigo affair no beco, onde vivia a moça que reclamava de sua demora no jogo da sedução. Mas algo parecia estranho... a pelada ganhava ares de revanchismo e jogadas desnecessariamente violentas. Cusack escorregava pelas pernas de Edmíssel, levantando o pobre padeiro, que não caía, parecia dopado de fermento. Enquanto isso, Dá Aghora e Dudu ensaiavam os primeiros pontapés. Rodrigo parecia acanhado, meio que prevendo algo estranho, apoiava pouco ao ataque. As melhores jogadas eram de Monocelha - realmente havia algo muito esquisito. Já Dudu corria como nunca e trazia trabalho à defesa adversária. O jogo estava disputado , o placar era 2x2 até que, por sucessivos descuidos, o time de Dá Aghora abriu uma vantagem de 4 gols. Algo precisava ser feito, até porque Juquinha e Diego Tomando Olé disputavam, por sua vez, o duelo dos piores em campo, pra infelicidade das cigarras que assistiam ao jogo. O time de Mafalda tentava uma reação, mas a vitória parecia praticamente selada. No final, um lance polêmico e muito perigoso foi a nota triste da partida. Rodrigo Dá Aghora, após um drible manjado em Paroara, se aprumava para o chute, quando subitamente um joanete gigante apareceu. A prensada foi forte. Até Daniel Caixa de Gordura, que estava roncando a anos luz dali, acordou com o estrondo do choque dos pés. Fim de jogo, não dava mais pra Rodrigo e a preocupação tomava conta. Coitado, não sabia ele que sua próxima partida ficaria pro ano que vem.
Segundo um ortopedista renomado em plantão no Hospital Rambo II, a missão, na Aldeia de São Pedro, Dá Aghora teve uma fratura no quinto metatarso do pé direito e precisará de repouso e carinhos especiais pelos próximos 45 dias. Quando soube da notícia, Rodrigo não escondeu a decepção, chegando em casa aos prantos. A bronca de sua mãe de Nádia adiantou. Com sorte, Zezé e Lady Diana cobriram-no de afagos e tranqüilizaram o pobre rapaz, que não fez questão de apagar qualquer mal-estar entre ele e Dudu Mafalda, seu maior rival nos gramados: “A vingança vem a cavalo!!!”, bradava o contundido. Acontece, que se vier de Pólo, Dudu que se cuide, porque são 116 cavalos!
(nov 2006)
este texto foi adaptado para o blog.