sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Há um ano... era uma vez uma pelada...

Comemoramos neste mês de novembro um ano da primeira edição do Esporte D'Aldeia, o periódico que mudou os rumos da crítica esportiva da Região dos Lagos. A repercussão foi imediata, e-mails lotaram a caixa postal da redação e foi inevitável a publicação de novas edições. O espaço logo ficou pequeno para outros assuntos que não as crônicas esportivas e teve de crescer, assim como a espada justiceira aos chamados de "thunder". Após muitas histórias cabeludas, queixudas e polêmicas de cunho socio-sexual - e que cunho! - o jornalzinho revelou personagens formidáveis e se tornou a maior ocupação deste blogueiro aspirante a publicitário renomado e premiado dono de mansões, carrões e corações. Vejam logo abaixo a primeira crônica esportiva publicada, uma pelada bem normalzinha, é verdade, mas que pareceu A Pelada depois desse relato. Quem não foi não se perdoa até hoje.


Abraço pra vocês e pra quem for da sua família.


O editor


************************************************************************************


Rodada de contusões na Vila dos Oficiais




Um jogo imprevisível, pelo menos até seu início, fechou no último sábado à tardinha o fim de semana de peladas em São Pedro da Aldeia. Repleto de rivalidade e de jogadas violentas, o jogo mais importante da rodada aconteceu no campo do CPC, na Vila dos Oficiais da Marinha Aldeense. De um lado, o time liderado pelo dono da canela mais dura dentre os jogadores, Rodrigo dá Aghora e do outro, o dono do pé mais feio de todos, Dudu Mafalda, que confessa já sentir algumas mazelas da idade. O time de Dá Aghora trazia velhos amigos peludos, Marcelo Monocelha e Diego Tomando Olé, pai de Olezinha, uma linda menina fruto de sua antiga aventura na Rua do Fogo (Fire Street). Completava o time, John Cusack, respeitado pela sua agressividade dentro dos gramados e Chuck, o brinquedo assassino. Mafalda contava com Fabinho Paroara, habitante do bucólico Campo Redondo, Edgar, o garoto em eterna fase de crescimento, Edmíssel, o padeiro mais ligeirinho de São Pedro e por fim, Juquinha, o menino do V3 pré-pago. A partida começou bem, com os dois times atacando por ambos os lados do campo e grande apetite dos homens de frente. Destaque para Monocelha, que descia pelas pontas e colocava seus companheiros de cara para o gol com belos cruzamentos. Foi dele um passe para um belo gol de Dá Aghora, de peixinho, após triangulação com o menino Olé. Ao final da partida, Marcelo admitiu que não jogava bem assim desde seu desentendimento com um antigo affair no beco, onde vivia a moça que reclamava de sua demora no jogo da sedução. Mas algo parecia estranho... a pelada ganhava ares de revanchismo e jogadas desnecessariamente violentas. Cusack escorregava pelas pernas de Edmíssel, levantando o pobre padeiro, que não caía, parecia dopado de fermento. Enquanto isso, Dá Aghora e Dudu ensaiavam os primeiros pontapés. Rodrigo parecia acanhado, meio que prevendo algo estranho, apoiava pouco ao ataque. As melhores jogadas eram de Monocelha - realmente havia algo muito esquisito. Já Dudu corria como nunca e trazia trabalho à defesa adversária. O jogo estava disputado , o placar era 2x2 até que, por sucessivos descuidos, o time de Dá Aghora abriu uma vantagem de 4 gols. Algo precisava ser feito, até porque Juquinha e Diego Tomando Olé disputavam, por sua vez, o duelo dos piores em campo, pra infelicidade das cigarras que assistiam ao jogo. O time de Mafalda tentava uma reação, mas a vitória parecia praticamente selada. No final, um lance polêmico e muito perigoso foi a nota triste da partida. Rodrigo Dá Aghora, após um drible manjado em Paroara, se aprumava para o chute, quando subitamente um joanete gigante apareceu. A prensada foi forte. Até Daniel Caixa de Gordura, que estava roncando a anos luz dali, acordou com o estrondo do choque dos pés. Fim de jogo, não dava mais pra Rodrigo e a preocupação tomava conta. Coitado, não sabia ele que sua próxima partida ficaria pro ano que vem.

Diagnóstico é preocupante

Segundo um ortopedista renomado em plantão no Hospital Rambo II, a missão, na Aldeia de São Pedro, Dá Aghora teve uma fratura no quinto metatarso do pé direito e precisará de repouso e carinhos especiais pelos próximos 45 dias. Quando soube da notícia, Rodrigo não escondeu a decepção, chegando em casa aos prantos. A bronca de sua mãe de Nádia adiantou. Com sorte, Zezé e Lady Diana cobriram-no de afagos e tranqüilizaram o pobre rapaz, que não fez questão de apagar qualquer mal-estar entre ele e Dudu Mafalda, seu maior rival nos gramados: “A vingança vem a cavalo!!!”, bradava o contundido. Acontece, que se vier de Pólo, Dudu que se cuide, porque são 116 cavalos!

(nov 2006)

este texto foi adaptado para o blog.

terça-feira, 20 de novembro de 2007

Encontrada nova espécie de baleia na Região dos Lagos

Uma baleia da espécie cachalote gordurictis pôde ser vista encalhada no último feriado na praia do Forno, em Arraial do Cabo, cidade fluminense distante 20 km da belíssima São Pedro da Aldeia. Os pesquisadores de elite da marinha aldeense foram deslocados imediatamente ao local e, em cooperação com a equipe de oceanógrafos “legalize” do Instituto Osmar Conheiro do arraial, conseguiram manter o animal vivo, à base de iguarias ultra calóricas e ervas analgésicas. A nova espécie, segundo os cientistas milicos, já foi vista em águas cariocas no ano passado, conforme mostrou O Globo – veja abaixo. Diferencia-se bastante da cachalote tradicional e pode ser reconhecida facilmente, por não possuir a cabeça grande e de forma quadrada; ao contrário, a cabeça é menor e redonda, aliás, como todo corpo. A vasta camada de gordura é, sem dúvida, a sua maior característica e a parte mais vultosa fica no ventre, barriga mesmo, que corresponde a 40% do corpo. Apesar de possuir um décimo do tamanho da irmã tradicional – esta, quando adulta, pode chegar aos 20 metros - os seus percentuais de gordura se equivalem. Na parte inferior anterior do corpo localiza-se o minúsculo órgão que produz o espermacete, uma substância oleosa cuja densidade pode variar do líquido ao sólido e que serve para controlar a penetração em águas profundas e garantir sua virilidade aquática.
Alimenta-se de tudo o que bóia na superfície e que encontra em águas profundas, de preferência, com molho de camarão. Quando observada de perto com atenção pode-se notar em sua pele marcas de dobras adiposas abundantes em meio à flacidez. Na época de acasalamento, outra diferença: enquanto o macho da cachalote tradicional reúne várias fêmeas, este exemplar, quando consegue acasalar, é com apenas uma, e lamba as barbatanas!

(clique para ver ampliada)

CURTINHAS

TONICO QUER SABER
Ao chegar ao aniversário de Ricardo, a Garça, Tonico, o geólogo boladão, veio perguntar a este editor porque a cobertura de seu churrasco de aniversário não foi registrada no Blog D'Aldeia. É fácil: o editor nem lembra como chegou em casa naquele dia, imagina se ele vai lembrar o que aconteceu no churrasco?

NOVA LINHA
Uma nova linha da Viação Aldeense é, no mínimo, indagável. Já está circulando um ônibus que faz o trajeto Campo Redondo - Búzios. Eu vi, é verdade. E o mais curioso, ele vai e volta abarrotado de gente. Será que o emergente bairro da aldeia já vai querer a emancipação?

O EGITO É LOGO ALI
O que era apenas especulação foi confirmado. Nosso amigo fariseu Dá Aghora vai passar seu carnaval 2008 no Egito. Isso mesmo, na terra de Cleópatra. Depois de São Pedro, Iriri, Garopaba, Cabo Frio, Búzios, Buenos Aires, o belo rapaz da aldeia vai pousar no país africano junto de sua Lady Diana, o cunhado Tavinho Grampoula e a irmã Bianca Cara de Carranca, além do amigo e sócio Chucky, o brinquedo assassino, e sua noiva. Dá Aghora poderá enfim conhecer a tumba fedorenta do faraó flatulento Tutankamon Amarela e ver aquele que tem inspirado suas últimas atuações nas peladas na aldeia. Rodrigo parecia uma múmia no último jogo.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

E Pingu decidiu a enquete...

Não houve chuva de granizo em dia de finados, problemas da minha conexão em bunda larga ou temor de represálias por simpatizantes do pioneiro jornalzinho que pudessem impedir a atualização deste site. Após a disputadíssima enquete, com vitória para a manutenção do blog, por 10 votos a 9, voltamos a preencher este site com tudo o que ficou entalado por 10 dias! O resultado poderia até ser considerado uma empate técnico, mas aqui não tem segundo turno, ora bolas.
Agradecemos a participação dos leitores, apesar de nem todos votarem. Dos 24 leitores cativos e passivos, apenas 19 clicaram nossa enquete – até Pingu, meu cachorro, que não lê nada mas adora as figuras, votou.
Portanto, é isso aí. Sem chororô, o polêmico e revelador Blog D’ Aldeia ressurge, e cheio de gás, ou melhor, nem tanto assim, que a Petrobras mandou racionar.

Logo abaixo você poderá reler a história campeã da primera enquete, a epopéia de Zé Fariseu Nato.

abraço,
O editor

Bye, bye, São Gonçalo

Após suas últimas férias, nosso amigo Zé Renato ficou de queixo caído ao saber que, em breve, estaria fora da renomada companhia do ramo de tintas industriais anticorrosivas, antiincrustantes e antialdeenses localizada na cidade faroeste de São Gonçalo. Ao voltar de férias, período em que o malicioso rapaz manteve-se incomunicável numa praia de nudismo junto de seu fiel e pacato escudeiro Pequeno, um labrador chocolate de uma ninhada especial made in Petrópolis. Mas um executivo de vendas não pode ficar incomunicável, nem nas férias, pelo menos é o que seu chefe argumentara em sua volta. José manteve-se contido, apesar da clara discórdia, e preparou aquela que seria mais uma das suas artimanhas. Ele não se abalou, saiu da sala do cacique de queixo em pé.

Um fariseu nato
Ao desconfiar que seria demitido em breve, o que se confirmou uma semana depois através de um funcionário que pediu para não ser identificado, Zé Ruela decidiu levar um gravador de som hi-tech mp3 para a empresa, e gravar sua breve e última conversa com o gerente. Inspirado nos filmes de 007, o ainda empregado Zé instalou o aparelhinho, muito bem camuflado entre seus queixo e gogó, e que se manteve invisível para quem o via de frente. Tudo pronto, foi só alfinetar e deixar que o chefe falasse aquilo que Zé nada mané queria. A redação do Diário da Aldeia não teve acesso ao conteúdo da gravação mas, ao ser contatado, Zé revelou que a qualidade da gravação está muito boa e não descarta a possibilidade de utilizá-la a seu favor, se preciso. A parte ruim da história é que, uma vez desempregado, Zé ficou sem seu laptop pornô e decidiu também se desfazer da sua dispendiosa parati. Era preciso passar aquele abacaxi pronto para apodrecer a qualquer momento. Uma viagem até o Rio de Janeiro era inevitável, por fim, para se vender o possante. E foi, mas pra que gastar mais um centavo que fosse com aquele carro se ainda havia também o seguro que a empresa pagaria até fevereiro? Pois bem, Zé levou o carro até um conhecido mecânico, pai de uma menina não menos conhecida, principalmente pelo belo burrão e pelas exibições dançantes ao lado de Daniel “sunga poída” nos trios do carnaval da Aldeia. O mecânico apagou o carro para que nem o seguro quando acionado desconfiasse da armação e ensinou ao menino Zé como ressuscitar o carango. Foi a última viagem da parati, ainda que rebocada, até Niterói. A intenção era cumprida pelo Zé mão-de-vaca, nem mais um tostão fora gasto com o carro, vendido imediatamente no dia seguinte. Obra de um autêntico fariseu.




Um histórico de situações premeditadas
Não é de hoje que Zé Fariseu tem saídas bastante particulares para alguns episódios cruciais. Já deve fazer uns 8 anos ou mais, o filho de Nilma surpreendeu o professor de matemática da Escola Sagrado Coração, “Manel”, por quem Zé tinha declarada desavença. Ao receber a notícia que estava reprovado pelo seu desafeto, Zé apresentou um boletim de aprovação na mesma disciplina cursada simultaneamente num supletivo do CIEP em São Pedro. Ainda garoto naquela época, Zé se tornou uma lenda no Sagrado. Seu exemplo é tido como uma das mais criativas formas de rebeldia de um aluno perante seu mestre, desde as famosas peripécias que tornou o eterno Joazinho protagonista de várias piadas conhecidas por todos. A vantagem de Zé é que ele nunca saía quando seus colegas de classe gritavam: “Sai da frente, p&$%*#orra! Tá achando que é filho de vidraceiro?”